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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ah, caixinha

It lets me fucking sad when I open the fucking box and I see fucking nothing in there.
Postado por nathália às 03:34 2 comentários
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010

infinito delimitado

Sabe quando seu computador de repente não liga mais? De repente puuuuf~?

Na maioria das vezes não é na verdade "de repente"; ele já vinha dando sinais da sua morte vindoura há algum tempo, mas, nah, é normal, computadores ficam meio lentos às vezes. Deve ser vírus. Nah, Windows sempre trava. É normal. Eu preciso dar ctrl+alt+del de duas em duas horas, mas tá tudo bem.

Não, não está tudo bem.

E eu vejo esses sinais aparecendo.
Sinais do tempo.
Sinais de desgaste.
Aqueles que a gente, quando tudo acabar, vai ignorar pra dizer "foi tão de repente, até ontem tava tudo bem!". Claro, você fez o que podia a respeito deles e ontem eles estavam quietinhos, mas os defeitos, as falhas, os erros todos podem ser camuflados, mas se acumulam. E uma hora puuuuf. Quando você achou que estava tudo controlado, quando você achou que tava tudo bem.

E o problema é que eu não tenho conseguido, apesar de tentar fortemente, ignorar esses sinais, acreditar nas medidas que parecem eficazes a curto prazo.
E um medo muito grande me aflige que eles sejam realmente sinais de um "puuuf" muito muito ruim que não pode ser adiado por muito tempo.
Um medo de que estes sinais sejam alertas de algo superior pra que eu sofra menos quando vier a acontecer. Não, não... não importa o quão anunciado seja algo... o ser humano peca por nutrir esperanças até o fim. Por a esperança ser a última a morrer. Por considerar as chances ainda que muito pequenas, até as chances praticamente iguais a zero (ou até mesmo aquelas REALMENTE iguais a zero).

E eu queria muito me confortar com as medidas tomadas e ignorar os sinais e não ficar pensando em me preparar pra qualquer coisa.
Não quero me preparar pra porra nenhuma.
Não quero que isso aconteça, não quero me preparar, não quero sofrer por antecipação.
Quero minha esperança.
Pelo menos, se sofrer, que sofra tudo de uma vez e no momento em que não há realmente mais nada a fazer, ao invés de sofrer picadinho enquanto você ainda poderia estar se regozijando na alienação da esperança.

É como aquele aparelho novo que você comprou.
Novo, lindo, na caixa, você abre, instala, funciona perfeitamente, dá aquele gosto.
Aí... dá o primeiro defeito. Já bate aquele desgosto. Já é o sinal que não é mais o mesmo. É o sinal dado por coisas que um dia serão trocadas e/ou inutilizadas.

Porém,~
muito provavelmente não serão trocadas e/ou inutilizadas AGORA, porque é o primeiro defeito afinal. Ou o segundo, ou o terceiro. Não importa: essa desculpa sempre vai funcionar.
Se já forem muitos, temos esperança que dure mais porque já tá "calejado", já foi recuperado muitas vezes, então deve continuar se recuperando - a não ser que seja um problema muito diferente e mais assustador que todos do histórico.

Mas uma coisa que importa muito é esse intervalo de tempo.
O intervalo de tempo entre o defeito - no caso, o defeito atual, o que te preocupa - e o "puf" final.
Este ponto é onde eu me refugio, aliás, na esperança de contra-argumentar meu lado que fica falando falando desses sinais.

Porque... veja você, você não espera que seu computador dure a vida toda. Até porque os computadores evoluem muito rápido e você viria a trocá-lo voluntariamente depois de algum (muito) tempo afinal.
Então, é preciso enunciar uma coisa: O infinito é inalcançável.
Não importa o quanto você se aproxime, ele já estará infinitamente à frente. Too bad, you lose.
Assim, as coisas não vão durar infinitamente. O que eu quero dizer é que não adianta esperar que algo nunca se desgaste ou nunca acabe, que tudo funcione perfeitamente para sempre ou que nenhum "puf" nunca aconteça; mas também não é preciso atormentar-se continuamente com isso, e sabe por quê?
Justamente porque não podemos alcançar o infinito, nós não precisamos do infinito. É, isso mesmo, ouso dizer. Não somos criaturas infinitas, então não precisamos de que as coisas ao nosso redor sejam infinitas; não precisamos de coisas que nunca acabem, porque nós também acabaremos um dia. Pra quê querer o infinito afinal se ele não pode ser alcançado?
Não importa se o fim existe e um dia chegará. Isso pode ser aquele fato admitido, intrínseco, e não uma coisa com a qual se fazer tortura constantemente.
Não é preciso torturar-se com isso; se você chega até o 5, qualquer coisa que chegue a isto será suficiente e o que vier a mais é lucro. Não seu, é claro, porque você nem vai saber (e pra você vai parecer infinito, aliás, só porque te excede o alcance).

Eu não preciso que você seja infinito de verdade, mas, se até o meu próprio fim o seu fim nunca tivesse chegado, ele nunca chegaria para mim, certo? Então você não teria fim.

Perceba você que eu ainda não consegui deixar de querer o infinito e ainda não consegui me confortar na natureza finita das coisas.

Eu não quero ver o seu fim.


Certo, onde está o contra-argumento então?

O intervalo de tempo, sim.
Você pode ter vontade de jogar tudo fora no momento que as coisas já não funcionam mais perfeitamente. Mas isso tá errado. Porque a existência do fim é fato, pra qualquer coisa, então só trará prejuízos jogar toda esperança pro alto; coisas infinitas não podem ser criadas. Porém, precisamos das coisas. Por um tempo infinito? Não! E aí que está o escape.

Adiemos o fim até quando pudermos, e que esse ponto no tempo seja até quando precisemos.
Adiemos o fim até quando pudermos, e que esse ponto no tempo seja até quando estivermos prontos para a ausência.
Adiemos o fim até quando pudermos, e que esse ponto no tempo seja até quando devia ser.

Adiemos o fim até quando pudermos e regozijemo-nos na alienação da esperança-até-o-fim.
Adiemos o fim até quando pudermos e lembremo-nos dele apenas para adiá-lo ou quando ele afinal vier.

Adiemos o fim até quando pudermos sem saber que estamos de fato apenas adiando o fim.

Porque fazê-lo de outra forma é viver o fim por todo o durante; é o fim constante; é a tortura da consciência do finito; é querer adiar o fim fazendo-o acontecer JÁ AGORA; é querer adiar o fim adiantando-o.
É a pior perda: perder justamente por medo de perder.

E é onde estou e é de onde quero sair.

Porque preciso acreditar que é possível ganhar do fim. É possível ganhar dele o tempo todo enquando ele não chega e mesmo que ele venha e queira jogar na minha cara que a palavra final é dele, eu saberei que eu o venci por todo o tempo em que ele não chegou e o venci por todo o tempo que não pensei nele de nenhum jeito e o venci por todo o tempo em que a existência dele não interferiu em nada: porque se eu afinal ignorava a existência teórica do fim e não o via por toda parte que eu olhasse, então o infinito estava diante de meus olhos. E ele só lá estava porque eu não o desejava (porque desejar o infinito é pensar no fim...). O infinito já estava me embalando, então eu não precisava desejá-lo.
Não preciso desejar chegar onde já estou, preciso apenas gozar do alcançado.
E venci o fim, ignorando-o completamente.

Porque todos querem o infinito da sequência de toda a reta real e esquecem-se dos infinitos delimitados entre cada dois números naturais consecutivos. Infinitos... delimitados!

E quero vencer o fim nestes infinitos delimitados distribuídos pela minha vida.
Eu queria que minha vida fosse um infinito delimitado.
Eu queria que a sua vida fosse, ainda que delimitada, um infinito.

Estou certa em ainda querer infinitos?

Se chegando neles deixarei de pensar neles e consequentemente nos fins, então os quero mais ainda.
Talvez eu esteja apenas querendo me alienar, mas não quero pensar em fim nenhum, queria só ignorá-lo agora, ignorar ignorar ignorar que ele existe e parar esta tortura.
Ok, eu estou querendo me alienar e isso ainda tá errado, o fim ainda está ganhando de mim.
Devia ser um fato e não tortura... não devia me torturar... não devia, não devia!

...

Melhor seria que viesse meu próprio fim de modo que eu não visse fim nenhum e tudo se tornasse infinito.



[you coward.]
Postado por nathália às 03:11 0 comentários
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domingo, 10 de outubro de 2010

não, não vai chover

Som de passos na calçada.
Silêncio.
Passos apressados.

Silêncio.

- Para de andar rápido, já disse que não vai chover.

Não vai?

- Por que você tá andando tão rápido? Que merda, já falei pra parar, eu não consigo acompanhar.

Não consegue?

- Porra. Se você não quer que eu te acompanhe então vá se fuder.

Ela para na calçada.
Ele para instantaneamente. Vira-se para ela, a olha por alguns instantes.

- Vai chover, vem logo.

Vira-se e continua a andar.

- Mas, porra!! Qual o seu problema?? Que merda, para de me ingorar! Porra, é sério! Eu vou embora!
- Caralho, você vai só continuar reclamando mesmo? Mas que porra. Quer ir embora e se molhar, então vai, porra, para de ficar no meu pé então.
- É assim que você me trata então, né?! É assim mesmo??
- Porra, é você que tá arrumando problema, caralho. Se você pelo menos fosse menos chata...
- AH, então eu sou chata, né??
- Demais, puta que o pariu.
Ela começa a chorar, vira as costas e sai andando na direção oposta.
Ele grita:
- SÓ ESCUTA UMA COISA. Eu sei que esse é o momento que eu devia sair correndo atrás de você e pedir desculpas, mas EU NÃO VOU FAZER ISSO. VAI SE FUDER.
Ele sai andando na outra direção.

Gotas de chuva fininhas começam a cair.

- Puta merda, aquela vadia me fez me molhar, puta que o pariu, viu. VADIA!

Ele sai correndo para não se molhar.
Esconde-se embaixo de um toldo de uma lojinha de doces, surpreende-se ao encontrá-la lá.

- Como...?
- Como o quê?
- Como você chegou aqui antes de mim?
- Você é idiota?
- Para de ficar respondendo minhas perguntas com perguntas, porra!
- Não sei por que eu ainda te respondo qualquer coisa!

Barulho de chuva.
Aumentando, aumentado.
Pingos grossos e pesados.

- Eu te disse que ia chover.
- ...
- Desculpa, é que eu não queria me molhar.
- ...
- Pelo menos não me molhei, né. Me desculpa?
- Mas você tá molhado sim. Tá até pingando.

Ele olha para as suas roupas e entra em pânico.
Está pingando sangue por toda sua roupa; seus braços estão arranhados e ensanguentados, seu pescoço está em carne viva.

- MAS QUE PORRA?

Ele, transtornado, tenta enxugar o sangue, enquanto ela ri.
Ele então percebe que o que está caindo fora do toldo não é água; ele entra em choque ao pôr a mão para fora e trazer para dentro ainda mais sangue.

- MAS O QUE TÁ ACONTECENDO???
- Não precisa se preocupar com isso...
- QUE MERDA VOCÊ TÁ FALANDO?
- Quero dizer, não tem problema nenhum, isso...
- VOCÊ É LOUCA??
- Não tem problema porque... todo esse sangue caindo é seu.

Pingos grossos e pesados. Grossos, pesados e cheirando forte. Pingos caem ao chão ao montes.

- Eu disse que não ia chover.
Postado por nathália às 21:30 0 comentários
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

remember when we used to shine



who cares for the life we've earned
someone's sold all the truth you yearned
remember when we used to shine
and had no fear or sense of time
when it creeps up on you

you can't cry now there's nothing to feel
no one's noticed our loneliness
remember when you should have teased
and made us scream eternal joy

I believed that you'd always be here
'cause once you promised a life with no fear
please don't break my ideals
and say whats fake was always real
I was the one now I'm gone
take me back again

(Muse - Shine)



that's my hello for today, okay?
Postado por nathália às 22:17 0 comentários
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quarta-feira, 28 de julho de 2010

desenhos *o*

Foi o rodrigo chato que fez, são da liz e do grabe. *-*

tá escrito "don't die, 'cuz i'll be the one who will kill you", Grabe dizendo pra Liz. *-*

essa é a Liz (que ele insistia/insite em chamar de Alice), no útero.
Isso porque ele imaginou que 'sair da casa' e ir pra floresta pudesse ser visto como 'nascer'.

essa é a fase umineko (wikipedia - inglês), essa é LIZ-Beato e Grabe no ato de sua profissão KK

Liz-Ange-trava-big boobs-espadinha de Shakanon KKKK
sim, rodrigo tem um pouco de problema. rs

btw, tem também essa bunny aqui, que não é a liz, mas provavelmente é inspirada nas Siesta Sisters de Umineko, apesar de surpreendentemente não ter peitos '0'


Tem mais desenhos em outro caderno pra escanear. :D
É tão divertido *-*
Postado por nathália às 14:05 6 comentários
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sexta-feira, 16 de julho de 2010

sumiu

e aí ela abriu a caixa e não tinha mais nenhum botão;
uma pena, eles eram tão bonitos.



isso nem é continuação de nada ok.
Postado por nathália às 21:56 4 comentários
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domingo, 4 de julho de 2010

costurar

Saiu correndo fazendo a lista mental de afazeres, e a repetia continuamente.
Chegou ao primeiro portão, tocou a campainha. Uma moça olhou pela fresta da cortina, virou-se e chamou alguém lá dentro. Instantes depois outra pessoa olhou pela fresta da cortina também. Abriu a porta, desceu as escadas, chegou ao portão.
- Que foi?
- Me perdoa.
- Pelo quê?
- Por ter te abandonado quando ele chegou, por amá-lo mais que a você.
Silêncio.
- ...não posso perdoar seu amor por ele.
- Pode perdoar a rejeição a você...
- Que são sinônimos. - disseram em uníssono e riram.
- Então, me perdoa?
- Cadê ele?
- ...
- Que foi?
- Não sei onde ele está, suspeito que esteja morto.
- Morto??
- Eu te explicaria se não estivesse com pressa... por favor, me perdoe.
- Eu te perdoo, claro que perdoo.
- Eu te agradeço muito.
Abraçaram-se.
Um ficou no portão observando, o outro saiu correndo, ticando um item da lista.
- Não vai ser tão difícil assim.
Chegou ao próximo portão, havia uma pessoa sentada do lado de fora.
- Oi...
- Que você tá fazendo aqui?
- Eu vim te pedir perdão.
A pessoa assustou-se. Levantou-se do chão. Apontou o dedo em sua cara.
- Não me venha com hipocrisia, você não merece mais nada de mim.
- Por favor, me perdoe. Não estou sendo hipócrita. Perdoe... por...
- Por...? Vamos, fala!
- Por ter roubado... aquilo...
- Aquilo o quê, hein?
- Por ter roubado o seu caderno.
- Na verdade não era isso que você devia dizer. Era "me perdoe por ter ment..."
- Me perdoe por ter te iludido só para poder pegar seu caderno e fugir. Me perdoe por ter te usado. Me perdoe por ter mentido.
- Você sabe que... pra pedir perdão, a pessoa tem que estar arrependida, né?
- ...sei.
- Você se arrepende? De ter me usado como um meio de conseguir alguém que nem devia ser seu? Aliás, onde ele tá?
- ...não sei, provavelmente morto.
- Morto??
- ...isso.
- O que você fez??
- ...o que eu achava que devia.
- Você sempre faz o que "acha" que deve, né! Aposto que comigo também foi assim. "Achou" que devia matá-lo, é?
- EU NUNCA QUIS MATÁ-LO. Deus sabe... sim, ele sabe, o quanto eu queria o bem daquele homem...
- Me pergunto em que ponto da sua vida você começou a distorcer o "bem".
- Olha aqui, por que com você é tão difícil? Eu só tô te pedindo perdão.
- Você se arrepende do que fez? Acha que foi errado, que não devia ter feito desse jeito?
- ... eu..., eu não gosto de me arrepender, eu acho que... tudo tem um propósito, se aconteceu assim... era porque...
- HIPÓCRITA. Agora vai dizer que tem um sentido as coisas terem acontecido desse jeito. Olha, o único sentido que tem é que você é uma pessoa perturbada. Você não pode pedir perdão se não acha que fez algo errado, não faz sentido. Acho que você devia ir embora.
- ...por favor... eu não vou conseguir se chegar lá sem todos os perdões...
- Quê? Chegar lá aonde? Conseguir o quê? O que você tá planejando nessa sua mente perturbada?
Começou a chorar, ajoelhou-se.
- Basta... basta que você diga que me perdoa.
Carregava uma caixinha. Abriu-a e mostrou-lhe um botão.
- ...de quantos você precisa?
- Três.
Silêncio.
- E o que vai fazer com eles?
- Eu tenho uma ideia, eu... eu acho que vai funcionar. Eu vou... costurar.
A outra pessoa sorriu, abaixou a cabeça.
- Por que eu ainda me comovo com você...? - disse, sussurrando.
- Porque você sabe que eu tô fazendo o que eu posso...
- Como sempre?
- ...talvez...
Silêncio.
- Se você vai costurar, você vai precisar de linha. Vai embora daqui.
Ergueu os olhos em agradecimento.
- Vai, corre! Que você tá esperando?
- Você...
- Vai, levanta!
Levantou-se e correu. Deixou a outra pessoa encostada à parede, de olhos marejados, sussurrando "costurar..." e sorrindo.
Não olhou para trás.
- Haha, eu disse que eu podia fazer isso! Tô chegando, aguenta aí.
Correu, correu, chegou àquele campo aberto, bem no topo. Nuvens escuras pesavam no céu. Olhou-as. Olhou a caixa, abriu. Havia um botão e um rolo de linha. Sentiu a primeira gota.
Começou a gritar:
- EU VIM PEDIR O SEU PERDÃO!


____________________________________________________
mas não se iluda: essa pessoa faz tudo apenas como uma missão a cumprir.
Postado por nathália às 00:45 0 comentários
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domingo, 20 de junho de 2010

lilás

Tá, eu tentei me enganar, achei que eu pudesse escrever algo de mais útil e profundo que amor romântico, mas eu só sei gritar "Viva La Revolucion" e dizer que eu te amo, então prefiro continuar dizendo que eu te amo, sei lá, só pra manter o hábito.

Você é um tema bom pra escrever. Legal, fácil, comum. Eu posso fazer de você o que eu quiser. Eu posso inventar você, eu posso mudar você, matar você. Não estou presa a nenhuma realidade palpável, só seu rosto que vem na minha mente às vezes, sua voz talvez, mas eu já pintei seus olhos de verde, azul e lilás, eu posso tudo.

Você é tudo e não é nada.

Você não existe.

Porque eu tenho te matado e reinventado e eu te evito porque a sua pessoa não faz mais sentido, mas é a única que eu tenho.

E o presente se faz passado, de um modo que você nunca vai entender.

O que eu tinha mesmo pra fazer?

_____________________________________________________________
Esse texto é beeem antigo, deve ter já uns 2 anos, mas eu gosto dele, hihi.
Postado por nathália às 20:57 0 comentários
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sábado, 1 de maio de 2010

i better get used to loneliness

what if that's just it and nothing else?
would you be satisfied?
would you be disappointed?
would you want more?

so you better prepare yourself for it
and i better get used to loneliness
'cause you'll probably let me go...

and then what should i do?
when there's just it and nothing else?

i better get used to loneliness
'cause myself is all i have

in this forest;


and i've been waiting
for something i thought was you
but there's nothing to wait for
there's nowhere to go
no matter how much i walk
i won't get to nowhere

and that's it
and nothing else
[and i have nothing to say to you...
that's it, what can i say?]

so i better get used to loneliness
'cause it's all i have

i better get used to loneliness
'cause there's nothing else

and i better get used to loneliness

'cause, in the end,
that's only me

in this forest;

_________________________________________________________

oi, lizzie, quanto tempo. *-*

Postado por nathália às 23:56 2 comentários
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Dois botões parte I

Era noite, a rua estava deserta, os postes acesos, e ela andava sozinha com a caixinha na mão.
Ela seguia sempre olhando pro chão, pra sua sombra, a passos apressados e segurando firmemente a caixinha, como se a abraçasse.
Tudo que se ouvia era o som de seus pés batendo no chão e sua respiração.

Fazia frio.

Ela tremia.
Talvez agarrasse a caixinha tão forte pra se aquecer dela. Abraçava e apoiava sua cabeça sobre ela; poderia até fechar os olhos e dormir andando, se não tivesse medo.
Sim, tinha muito medo.
Os olhos fixos no chão, arregalados, quase não piscavam, tal era a tensão.
Ela pressionava o queixo contra a caixinha para não bater os dentes. Talvez tremesse tanto não só de frio.

Fazia frio.

Ela pressionava a caixinha contra o peito, muito, muito, como não se machuca?
Talvez não fosse só o frio ou o medo de perdê-la.
Andava apressada, nunca chegava; porém, não ficava impaciente. Já sabia que era assim, já tinha feito esse mesmo caminho muitas vezes, já tinha passado por essa situação várias vezes.

Vestia um vestido.
A saia era um pouco rodada, era preto e tinha mangas compridas.
Usava luvas também, além de um lenço na cabeça e botas. Todos igualmente pretos.
Tinha também um colete por cima do vestido, era cinza escuro e tinha botões pretos. O cinza era da mesma tonalidade da discreta renda da saia do vestido, e das meias-calças.
A caixinha era de madeira; madeira de um marrom bem escuro, com detalhes dourados.

Às vezes se podia ouvir um barulhinho de algo se mexendo dentro da caixinha.

A caixa tinha um fecho dourado, com lugar pra uma chave; parecia uma caixa de joias, dessas que as moças que usam espartilhos e têm bonecas de bailarinas têm.
Era maciça e pesada.

Ela era pequena, tinha cabelos pretos e compridos que caiam ondulados em seus ombros e eram presos por um lenço azul-marinho quase preto com detalhes cinzas.

Fazia frio.

Em um dado instante, ela parou repentinamente. Arregalou ainda mais os olhos e levou a mão à boca numa exclamação, como se lembrasse de algo. Ela então continuou com o passo ainda mais apertado; como não fosse suficiente, começou a correr.
Correu, correu, e chegou a um beco.
Entrou pelo beco vazio, apoiou as costas numa das paredes e abriu a tampa da caixinha sem desapertá-la contra o peito.

Estavam lá dois botões como os de seu colete; um preto e um branco.

Vendo-os, respirou aliviada, fechou a tampa, abraçou a caixa novamente e começou a desencostar-se da parede.
Ao levantar-se, soltou um gemido de dor; curvou-se para frente segurando a caixinha como alguém segura o peito que dói. Erigiu a coluna lentamente e saiu do beco voltando a andar no mesmo ritmo inicial.

Andou mais alguns poucos instantes até chegar numa vitrine que parecia ser de um açougue. A porta estava aberta, apesar de ser tarde da noite; entrou.
Encaminhou-se para o balcão, havia um senhor barbado, de cabeça baixa, pálido. Não era possível saber se estava vivo ou não.

Ela disse timidamente:
- Olá?
Ele não se moveu.
Ela o cutucou e disse novamente:
- Senhor Tempo?
Ele então ergueu os olhos com desconfiança e a fitou.
Ela continuou:
- Vim pedir que me acompanhe, trago nesta caixa dois...
Ele a interrompeu:
- Dois?
- Sim, dois botões; um preto e um branco.
- Achas que mereces a companhia do Tempo trazendo-o dois míseros botões?
Os olhos dela marejaram.
- Então não hás de me acompanhar?
- Não é esta a pergunta. Mereces o Tempo?
- Eu creio que sim, pois venho de longe buscá-lo já muitas vezes. Ganhei um botão na busca pelo Tempo.
- Deixe-me ver teus botões.
Ela ficou na ponta dos pés, sem desgrudar a caixa do peito, e abriu a tampa, mostrando-o os botões. Dois botões muito brilhantes; um preto e um branco.
Ele fez um gesto com as sobrancelhas e ela fechou a tampa e desceu da ponta dos pés.
- E então?
- Diz-me novamente por que mereces a companhia do Tempo.
- A caixa é maciça e pesa muito.
- Podes encontrar alguém que ajude a carregá-la, que não o Tempo, que há de levá-la embora.
- Pois quero que a leve.
- Estás certa disso? Os enfeites em ouro são bonitos e brilhantes.
- Que adianta serem bonitos se me perfuram o peito?
- Adianta que podes olhar para eles e ter seu brilho refletido em teus olhos.
- De nada isso me serve se não consigo respirar.
- Pois não respiras neste exato instante?
- Não como respirava no instante anterior.
- Estão dizes que mudou?
- A cada dia perfura-me mais.
- Pois se algo muda, tens a companhia do Tempo.
- Pois que Tempo é este que não leva a caixa e perfura-me mais?
- Não leva porque não queres, não leva porque não deixas, perfura porque pressionas.
- Pois quero, deixo, não hei de pressionar mais! - disse ela, com voz exaltada.
- Se estás tão certa, troco-te de Tempo. Porém, saiba que este lhe levará a caixa, ainda que não queiras, ainda não deixes, ainda que pressiones.
- Pois troca-me, então.

Ele ergueu a cabeça, saiu de trás do balcão, caminhou até ela e parou bem à sua frente. Parecia um mago, trajado com uma capa verde muito, muito desbotda e empoeirada. O nariz era comprido e curvado, as mãos eram velhas e pálidas, com veias saltadas praticamente à mostra; cheirava a pó.
Segurou a sua caixinha e a puxou. Ela soltou um grito estridente de dor, ele continuou a puxar. Ela gritava, contorcia-se. Ele ia puxando com dificuldade a caixa, e revelava um espinho, um espinho que saía da caixa e perfurava-lhe o peito, profundamente.
Ela gritava, gritava, cada vez mais e mais. Quando a distância entre a caixa e seu peito era de três dedos, começou a sangrar. Ele parou. Soltou-a e ela despencou no chão, contorcendo-se e gemendo.

- Está bem profundo, precisas bastante do Tempo. - ele disse, encaminhando-se para um canto da sala. Numa prateleira empoeirada, pegou um facão de açougueiro e disse: - Preferes o modo mais rápido?

Ela arregalou os olhos e gritou:
- NÃO, NÃO, NÃO! Prefiro muito mais muito Tempo! Não importa quanto!
- A dor em pedaços torna-se maior que a dor inteira. - disse ele aproximando-se dela.
- Não, não, eu tenho certeza, eu tenho, eu tenho sim. - disse ela engolindo a seco e afastando-se dele arrastando-se pelo chão.

Ele então parou, largou o facão ao chão e disse:
- Por que puseste a caixa toda de volta?

Ela percebeu que pressionava a caixinha como nunca para estancar o sangramento. Tinha as luvas todas ensanguentadas e a saia toda manchada de vermelho.

- Saiamos daqui. Levanta-te.

Ela olhava assustada e tremendo para todo aquele sangue, não o havia visto jorrar daquela forma, e o espinho lhe perfurava ainda mais.

- Levanta-te. O Tempo vai sempre em frente.

Ela se levantou, procurou algo em quê limpar as mãos, porém não encontrou. Tirou então o lenço da cabeça, limpous as mãos e estancou o sangramento no peito. Seus cabelos caíram sobre o rosto, antes à mostra (a partir daí passaram a incomodar-lhe os olhos).
Então seguiu o Tempo pela porta, sem nada da firmeza anterior, e olhando-o em frente, com os mesmos olhos arregalados.
Tremia bastante; era quase reflexivo, mas tentava não mais pressionar a caixinha.

Fazia frio.


__________________________________________________________________

Não é a Liz, ok. kk
E, sim, terá parte II.
Eu tentei descrever mais as coisas, mas acho que ainda não tá bom; ainda vou editar e ver se isso sai melhor.
Postado por nathália às 01:46 24 comentários
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quarta-feira, 31 de março de 2010

Traindo

Ele corria alegre atrás de borboletas e eu o observava, sentado à sombra da sua árvore favorita. Não sabia se ele já havia me notado e fingia que não ou se realmente não percebera minha presença. De qualquer forma, não fazia diferença. Eu continuava o observando, fixamente, sem ter medo de que nossos olhares se cruzassem.

Depois de alguns minutos, ele então se cansou de perseguir suas borboletinhas e olhou pra sombra da SUA árvore, onde ele sempre descansava. E me viu lá.
Sua expressão de surpresa foi tão pura que eu realmente acreditei - e acredito - que não foi simulada.

Acenei rapidamente. Ele não respondeu. Olhou em volta como se procurasse a quem eu dirigira meu aceno. Não encontrando ninguém, voltou o olhar a mim; eu novamente acenei. Ele permaneceu com cara de quem não entende nada, mas veio andando em direção a mim, sem saber que cara fazer ou para onde olhar e muito constrangido com meu olhar fixo.

Parou a uma distância considerável e com a cabeça baixa.
- Desde quando tá de volta?

Eu sorri, sem me desencostar do tronco da árvore e sem desfixar o olhar.
- Não importa. - disse, em tom irônico.

- A situação... mudou?

Ele nunca soube ao certo como reiniciar algo inacabado. E também nunca soube lidar com nenhum tipo de situação; tinha sorte mesmo de não ter mulheres por perto naquele fim de mundo.

- Que você quer dizer com "mudou"? - Eu disse, finalmente desencostando-me do tronco e inclinando-me na direção dele, claramente interessado e com aquele sorrisinho sem-vergonha. Sua cabeça continuava baixa, mas pude ver suas bochechas rosarem.
É claro que eu sabia o que ele queria dizer. Que eu sabia que ele na verdade queria me perguntar se eu o tinha perdoado, ao invés de enrolar com "a situação mudou?".

Mas eu adorava brincar com a falta de habilidade dele, ah, adorava.
E ele sabia disso.

- ... você sabe...

Mas não sabia dizer nada além de "você sabe".

- Se estou perguntando, não sei, não é?
- ... claro que sabe, você sempre sabe do que eu tô falando.
- Não te alivia que eu continue o mesmo?
- ...

Ele também nunca sabia responder minhas perguntas difíceis de imediato.
Por que ele nunca se acostumou com isso? Deus, foi mais de um ano.

Depois de hesitar, ele disse:
- Na verdade, sim.
Sorri.
- Por que tá com a cabeça baixa? Realmente se sente tão culpado assim?
- ...

Não nego que às vezes sentia muita raiva dessa personalidade sempre reticente. Mas sempre me acalmei antes que ele percebesse. Tentava pensar que me divertia, afinal.

Depois de hesitar novamente, ele disse:

- Você me deixa muito confuso e inseguro.
- Só eu?
- Sim... Eu mudei bastante... ultimamente.
Surpreendi-me de verdade e dessa vez o sorrisinho sumiu do meu rosto.
- Enquanto eu estive fora?
- É... Depois que você foi embora... eu mudei muito. Você... você me mudou muito.

Eu não soube ao certo o que senti quando ele disse isso. Um misto de contentação com medo da responsabilidade e culpa, pelo que eu não havia vivido, e medo de ter perdido o que havia antes, e já saudades disso, que eu achava que ainda estaria ali.

- Mudei, é?
- Sim. Eu, aliás, queria te agradecer.
- Você não precisa fazer isso... não tem nada que agradecer.
Eu... reticente? Desde quando?
- Agora você não tá mais igual a antes.
- Por quê?
- Você hesitou... eu que geralmente faço isso.
- Tá dizendo que roubei seu papel, é?
Consegui novamente simular o sorrisinho no rosto. Mas só simular. Toda a segurança que eu achava que tinha, toda a vantagem sobre ele, era tão... tão firme quanto areia movediça.

Ainda mais, quando ele levantou o olhar e começou a se explicar.
- Sabe... não é que eu não seja mais o mesmo, só que... aprendi coisas com você.
- Não é pra se explicar, não tô bravo por você ter mudado, nada disso.
- É que você ficou estranho quando eu disse...
Por algum motivo, parecia que ele estava simulando as reticências só pra me dar impressão que ele continuava igual.
- Você ainda não disse como você mudou.
- E você ainda não disse porque voltou.
Ele respondeu prontamente como nunca tinha feito antes. Eu me senti afundar na areia movediça.
- Você realmente tá diferente... Nunca tinha me respondido assim.
- Isso é ruim?
- Não, não, claro que não. É bom pra não me deixar ficar brincando com você.
- Então você não vai mais brincar?
- Na verdade, eu voltei com essa intenção.
- Brincar comigo?
- Como antes.
Ele hesitou. Talvez não acreditasse que tinha entendido certo.
- Que as coisas fossem como antes?
- É. Eu acho.
Ele hesitou de novo. E bastante, dessa vez. Parecia aflito. Parecia não saber como dizer. Eu só precisava ouvir mais uma palavra pra afundar todo na areia movediça.
- Como antes... eu... já não sou... como antes... talvez...
- Para, para. Fala direito, para de me deixar agoniado.
- Talvez não dê mais.

Afundei.
Afundei.
Comecei a sufocar.
Debaixo da areia, sem respirar, sem respirar.
Como ele pôde fazer isso comigo?
Eu que devia perdoá-lo, eu que devia ter misericórdia, quem era ele pra me fazer sofrer de novo?

A quem eu quero enganar?
Nunca fui eu que brinquei com ele, e sim ele comigo.
Nunca o dominei e sim ele me dominou.

Olhei para ele sem palavras por alguns instantes.
- Então acho que não temos nada mais a dizer, vou sair de baixo da sua árvore.
Fui me levantando e ele então me segurou e disse:
- Espera, você ainda não disse se me perdoou.

Como, como eu queria poder dizer que não, que nunca o perdoaria por me fazer voltar, engolir o orgulho e tomar mais uma vez. Mas eu não podia. Eu não podia. Me sentiria a coisa mais inútil do mundo inteiro, se o fizesse se sentir mal de novo.

Então sorri com o sorrisinho de sempre.
- Tá perdoado.

Saí andando pela trilha depois da árvore, no meio daquele nada onde a gente sempre esteve juntos. Não olhei pra trás, mas sentia o olhar dele fixo, como eu o olhava enquanto ele caçava borboletas.

Apesar de tudo, não conseguia me arrepender de ter voltado e ter sofrido mais uma vez. Afinal, era ele, aquela coisinha que nem sabia falar, que eu só me envolvi porque acreditava que ele nunca... nunca seria capaz de me fazer sofrer.

E continuo acreditando, porque... quem me fez sofrer fui eu, com essa crença prepotente.

Perdoo sim, a você; mas não a mim, por minhas crenças idiotas, por achar que tudo estaria me esperando exatamente como eu deixei. Não, não consigo me perdoar...

Por não ter te perdoado antes, naquele mesmo dia, naquela... naquela mesma hora.

Nunca, nunca vou me perdoar.




Obs: O título não tem nadaver, não tem nenhuma relação com o texto, e é só porque o texto não é sobre a Liz rsss* Sim, é esquizofrênico, bjs.
Postado por nathália às 23:11 0 comentários
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sábado, 27 de março de 2010

Liz, acorda!

Então ela saiu. Saiu correndo pra não ter tempo de pensar em voltar. Corria contra o vento e este lhe arrancava lágrimas dos olhos.
- Porra, mas por que você tá chorando? Não foi você mesma quem quis ir embora? - eu resmungava, inconformado
- Tô chorando as lágrimas que ele vai chorar quando acordar. É tudo culpa dele, tá! As dele e as da mamãe... - ao dizer 'mamãe' suas pernas foram parando... - Mamãe... - disse, parando completamente - ela sempre acordou antes de mim. Ela me disse um dia que o barulho das nossas pálpebras se abrindo era suficiente pra que ela acordasse.
Paramos um minuto e enchi-me de vento e de silêncio. Ela certamente terminaria assim um capítulo no início da página e deixaria todo o resto da página e o verso em branco pra reproduzir esse minuto.
- Será que ela acordou?
- Eu devia fazer alguma coisa...?
- Corre mais, Liz, corre mais. Se você voltar, acaba tudo.
- Será que mamãe tá chorando agora? Eu nunca a vi chorar... - Liz dizia paralisada, reflexiva, com o olhar perdido, fixo em algum ponto da sua memória. Duvido que me escutava. Por isso gritei:
- LIZ, ACORDA!
Então ela despertou, enxugou o rosto, lambeu a lágrima que insistia em rolar e saiu correndo novamente em direção àquele ponto fixo dentro do imenso nada da floresta.
Não falou mais uma palavra sequer até o anoitecer, só se comunicou através das lágrimas.
Postado por nathália às 23:26 0 comentários
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sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ela e o reflexo

Ela avistou o reflexo. Pôs-se em posição de fuga e ele o repetiu. Viu-se sem ação e parou por um instante. Subitamente, o reflexo correu em sua direção, fazendo-a correr na direção dele. Correram e encontraram-se no meio da sala. Suas mãos se encontraram e pressionavam-se com uma enorme, porém idêntica força de ambos os lados. O reflexo olhava fixamente para dentro dos olhos dela. Ela, involuntariamente, reproduzia as ações do reflexo; olhava fixamente para dentro de seus olhos, pressionava suas mãos contra as dele com toda a força que tinha disponível.
Mantinha-se, assim, estática, presa, imóvel, olhando fixamente para si mesma.
Postado por nathália às 03:34 0 comentários
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She shouldn't be looking at

(Random chapter written by the notebook in a critical moment)

Ela devia estar olhando pra outro lugar.
E isso não significa "hm, eu acho que ela estava olhando pra outro lado". Não. Significa "ela não devia estar olhando pra cá". Não. Não devia.
Não agora. Não assim. Não por tanto tempo. Não.

não não não não, liz!

Ela sempre se privou das letras maiúsculas. Não, não letras maiúsculas, se liz for... for... um substantivo comum. Liz, você é tudo menos um substantivo comum!
Chega de discursos metalinguísticos.

Eu... quero... sua letra de mão! Para de escrever de letra de fôrma, desde quando... desde... quando... você escreve com letra de fôrma, Liz?

Liz, você é linda.

Os dias são todos iguais faz muito tempo, eu sei disso.
E não sei o que te dizer a respeito disso.
Não, não tenho nada a dizer a respeito disso; é verdade, que posso eu dizer?

Só não quero que você desista, não agora.
Não, não olhe pra lá.

Não.
Não tenho nenhuma razão boa o bastante pra te impedir.
Não mesmo.
Mas eu não quero que desista... simplesmente porque...

Liz, você é linda.

Já rezei em alguma dessas noites iguais pedindo pra que isso fosse uma razão boa o bastante pra você, mas... você é linda, não idiota.

Perdão, Liz, eu não pude fazer nada.

Mas eu ainda só queria mais dias iguais, sabe por quê?
Porque se hoje fosse um dia igual a ontem, você ainda não estaria esgotada.
E não estaria olhando pra lá.
Não, Liz. Hoje é diferente.

Primeira, segunda, terceira pessoa.
uma, duas, três lizes.
Incontável.
ha, discurso metalinguístico outra vez.

Liz, não faço mais sentido.

liz liz liz liz liz repetir seu nome é tão fácil, Liz!
vocativos pra você são... tão... Liz...
seu nome, Liz...
seu nome diz muito mais que quaisquer palavras que eu use.

E eu não tenho mais como fazer ou dizer nada.

Olhe e leve-me pra onde quiser, Liz.
Postado por nathália às 03:04 0 comentários
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about

oi eu sou a nath rs *-*

Então, meu nome é Nathália, tenho 17 anos, completarei 18 no dia 17 de outubro de 2010. Acabei de completar o primeiro semestre de Engenharia Química na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - sim, o nome completo é só pra me aparecer, desconsidere *rs. Eu sobrevivi a um semestre de Poli! \o/ Mas talvez não sobreviva a mais um, quero dizer... pretendo me transferir pro curso de Ciências Moleculares da USP. Sabe, não é que não goste da Poli, longe de mim, até porque, se o CM não der certo, ficarei felizinha na Poli. Eu gosto de lá; mas a proposta do CM é tã~~ao revolucionária, sabe, depois dos dois primeiros anos de ciclo básico, em que você tem Matemática, Física, Química, Biologia e Computação, você ~escolhe~ as matérias que vai fazer dentre TODAS da USP. Não é revolucionário?
Deixarei aí o site pra se você quiser se informar mais: http://www.cecm.usp.br, aliás, leia a wiki também.

Como você pode perceber, o assunto em maior evidência atualmente na minha vida é o rumo que darei a ela: carreira, faculdade, profissão, coisa do gênero. Sim, eu devia ter pensado ano passado no 3º ano, mas né, quem eu quero enganar? Pensei nada, mas nem me arrependo muito. Não é como se eu não tivesse mais tempo pra isso, afinal, é a minha vida, eu tenho tempo pra pensar nela enquanto ela durar.

Bom, o blog.
A liz.

Já faz tipo uns quatro anos do meu primeiro blog, mas eu nunca fui "blogueira" de verdade, nunca me envolvi na "comunidade", até porque eu sempre tive muita vergonha de mostrar meus textos pra alguém e a relação publicações/total de postagens neles sempre foi muito pequena, chegando a um mínimo de zero e um máximo de 25%, alcançado agora com este blog.
(Tem um que tem 100%, tecnicamente, mas não está escrito nada na postagem além do título, então não entra nas estatísticas).
Meus blogs também nunca duraram muito, não sei exatamente o porquê.

Aí tem a Liz.

A Liz é... deixa eu falar objetivamente. A Liz é minha personagem principal. Ela é uma projeção, sendo sincera. Ela surgiu há algum tempo atrás com esse nome (ou desse nome) e desde então tudo que eu escrevo tem convergido a ela, com algumas poucas excessões.
Eu contei a alguém sobre a Liz a primeira vez acho que no ano passado ou em 2008, pra Ana, que me empolgou muito a desenvolvê-la, aí logo depois contei pro Rodrigo, que já deve ter feito milhares de planos mandando ela pra universos paralelos e metafísicos.
Nós três temos nossos 'main characters', pros quais a gente desenvolve - ou tenta desenvolver - histórias e também escrevemos contos aleatórios sobre coisas aleatórias; a gente gosta de ficar escrevendo e lendo coisas uns dos outros.
Então, num determinado momento de uma conversa de MSN, talvez inspirados pelo blog da B, ou pelo blog da nossa classe, ou pelo Tostão que tinha mais blogs que a soma dos posts deles, eu e o Rodrigo começamos a planejar blogs pra postar nossas coisas; quer dizer, ele, porque eu já tinha um na verdade e só me faltava coragem pra publicar. Aí ele criou o cavaloazul, e deve os créditos do nome a mim - o nome, aliás, tem um background legal, mas não vou explicar agora.
Então, impulsionada por ele, comecei a publicar algumas coisas aqui no lizincontável, e esse nome é na verdade porque eu criei umaliz, duaslizes e treslizes, mas esqueci a senha dos três. /noob
Depois, obrigada motivada por nós, a Ana criou o diegabriel, com o nome em referência ao main character dela, o Gabriel, mais conhecido como Grabe (e tem também a Miriam, e eles se encontram aqui).
O main character do Rodrigo não tem nada a ver com cavaloazul, porque ele surgiu dentro do cavaloazul; o Rodrigo diz que ele se chama Saulo, mas ele é conhecido por HDB (Homem do Buraco, por motivos óbvios).

Eu ainda, como disse, não tô em 100% com meu blog (tô 25% na verdade), mas agora tudo tende a melhorar, porque mudei o layout e ficou bonito. *-* pelo menos eu achei kk

O layout!
Antes não tinha nada KK (quer dizer, tinha sim, um fundo branco com os links e o título em verdinho, uma barra lateral esquerda e os posts mais à direita), agora tá preto - eu, na verdade, não queria preto, porque não gosto muito de letra clara em fundo escuro, mas pra combinar com a floresta não teve jeito.
A floresta é o lugar onde se passa a história da Liz.
"Havia uma casa, cercada por uma floresta."
Na história, ela foge da casa e sai andando pela floresta, procurando algo que ela não sabe o que é. Aliás, a história da Liz é algo um tanto indefinido, por isso o Rodrigo disse que "se ela fosse um estado físico, ela seria um gás" e também que ela é minha massinha de modelar.

Hoje dizemos que nossos personagens estão no limbo, porque não têm um mini-universo particular definido e nem roteiros, por isso estão vagando num não-lugar indefinido que é justamente este limbo. A gênese desta teoria (teoria?) está nos comentários do post "Dois botões Parte I", que, aliás, não é protagonizado pela Liz (não, a garotinha dos botões não é a Liz, pu pelo menos não deveria ser).

Essa coisa de main character é meio esquizofrênica, mas é muito divertido.

Meu sonho de criança, aliás, era fazer Letras pra ser escritora.
Fazer Letras não tá mais nos planos, mas eu ainda sonho em escrever um livro, finalizar a história da Liz e tirá-la do limbo um dia, apesar de às vezes duvidar muito que eu vá conseguir isso. Mas quando eu duvido, tá lá a Ana pra não me deixar esquecer da liz e me mandar sonhar com ela mais uma vez.

Aliás, a Liz é uma garotinha. E ela tem um caderno que conversa com ela. E ela anda pela floresta, com o caderno (este caderno é o narrador dos posts "Liz, acorda!" e "she shouldn't be looking at").
Agora você já sabe quase tudo do que já há de realmente definido do enredo da Liz. xD

Ah, há vários projetos paralelos também de união do Grabe, da Liz e do HDB. Várias intenções paralelas, quer dizer. Apesar de eu não conseguir brincar muito com o Grabe, os três são compartilhados entre nós e ideias e ideias e ideias (Tem também o Roger, da B, mas ela abandonou ele. u_u). O Rodrigo já fez esse e esse textos, a Ana também já fez do Grabe com a Liz, mas não postou no blog, e nesse meu "costurar" (que eu pretendo continuar), o "ele" ao qual a garota se refere que talvez esteja morto, é um HDB (digo "um" porque não é exatamente o Saulo, mas tem um buraco no peito como ele).

Pretendo discorrer mais a respeito de main characters e mais sobre a própria Liz e é claro, a ~história~ da Liz, né rs, se bem que eu acho que vou conseguir fazer isso só se eu for direto, sem publicar partes, escrevendo a mão como num faço a muito tempo - ou não, porque é mais difícil, né.
Não sei como terminar isso aqui. Queria botar uma conclusão antes de pôr um trecho do 'she shouldn't be looking at', mas não vai rolar, então é isso, obrigada por ler até aqui, leia um pouquinho mais. 8)


liz liz liz liz liz repetir seu nome é tão fácil, Liz!
vocativos pra você são... tão... Liz...
seu nome, Liz...
seu nome diz muito mais que quaisquer palavras que eu use.



*Obs: sobre a URL desta página, é por causa dfato de eu ter esquecido a senha da trilogia umaliz, duaslizes e treslizes, ok kk que aliás, são do blogger também.
Postado por nathália às 01:41 2 comentários
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Sobre

Nathália, 17/10/1992, São Paulo - SP

Liz é meu alterego, minha personagem universal para a qual todos os outros convergem; é minha massinha de modelar, meu gás, eu mesma e todo o resto. (mais)

Layout feito por mim, créditos da imagem.